quinta-feira, 2 de julho de 2020

A DESCOBERTA

Como para todo filho planejado, o primeiro passo é procurar um médico, óbvio. E assim o fizemos: todos os exames necessários, recomendações e um ponto importante: eu tomava anticoncepcional desde muito cedo, sempre tive ovário policístico, não poderia esperar que fosse rápido. Isso foi em dezembro de 2013. Conforme recomendação, tomei 3 meses de ácido fólico combinado com outro método contraceptivo, só depois poderia “começar pra valer”. Só que, como somos hoteleiros e estava próxima a Copa do Mundo no Brasil, precisamos tomar algumas vacinas para poder nos preparar para a vinda de tantos estrangeiros. Com isso, tivemos que esperar mais três meses. Sendo assim, em junho de 2014 começamos de verdade as tentativas. Passada a Copa do Mundo, tirei alguns dias de férias e fui até São Paulo pra pegar minha sobrinha e seguir para Porto Alegre para finalmente conhecer meus sobrinhos gêmeos, Murilo e Miguel, que, naquela época, estavam com um pouco mais de um ano de vida. Foi um descanso tão bom após um período tão desafiador profissionalmente para a sua mamãe. Só não entendia como é que eu podia sentir tanto sono. Não conseguia parar de dormir. Eu devia estar mesmo exausta depois do furacão que foi a Copa...
Como tudo que é bom dura pouco, retornei pra São Paulo pra deixar sua prima mais velha, a Letícia. De lá retornei pra casa e no dia seguinte, a trabalhar.
Realmente havia algo estranho acontecendo, não era possível sentir tanto sono, eu me via durante várias vezes ao dia “pescando”. Passava o intervalo do almoço no estacionamento, roncando dentro do carro. Até que cheguei ao ponto de não aguentar mais e fazer o bendito teste de farmácia: a vontade era de fazer na mesma hora, mas me segurei e fui pra casa. Falei pro seu pai que iria fazer o teste no dia seguinte e não dormi a noite toda de tanta ansiedade.
Acordei muito antes do horário devido e fui direto pro banheiro. Alguns segundos depois, as duas listras me diziam claramente: SUA VIDA NUNCA MAIS SERÁ A MESMA. Meu coração acelerou, minhas mãos tremiam, achei que ia ter um troço. Chamei o seu pai, mal consegui pronunciar: “Parece que você vai mesmo ser papai de novo”. Com uma reação muito menos empolgada que a minha ele murmurou da cama “Nossa, que legal”. Depois que ele acordou de verdade, e que o horário era aceitável para se ligar para alguém, entramos em contato com minha médica que na hora colocou um pedido de exame de sangue para um resultado comprovatório. Extremamente ansiosos, fui diretamente para o laboratório e logo depois fui trabalhar. Peguei o resultado do exame voltando para casa e, na nossa cama, junto ao seu pai, confirmamos: Você estava a caminho! Mil pensamentos, alguns medos, mas muita alegria! E acho que aí a ficha do seu pai caiu de verdade.
               

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