Para Maricota
Sua vida a partir do ponto de vista da mamãe.
sábado, 13 de abril de 2024
ÚLTIMO DIA COM 8 ANOS
domingo, 14 de maio de 2023
DIA DAS MÃES
Olá Filha!
Faz um tempo que não apareço por aqui, eu sei... Mas a intenção era essa mesmo, escrever somente quando meu coração disser para escrever. Para não ficar forçado, como uma obrigação.
E hoje me senti assim, com vontade de escrever para você. Hojé é dia das mães, e eu sempre fico nostálgica nesse dia. Mas esse ano sinto que estou mais, o coração mais apertado de saudades da minha mãe. Eu queria tanto que você tivesse conhecido, ela era tão incrível... Antes de ter você eu sempre dizia que queria ser uma mãe como ela, pensando que seria algo fácil de ser alcançado. Mas aí você chegou e eu vi que era algo muito difícil, principalmente nos dias de hoje. Então ela se tornou uma referência, como se me aconselhasse nos momentos de dificuldades, o pensamento sempre vinha: "o que a Dna Cely faria numa hora dessas?" E parece que meu coração se acalmava e eu colocava a cabeça no lugar para tomar as decisões. Nem sempre eram as mais corretas, mas pelo menos eram mais conscientes.
E assim tem sido todos os dias, sua avó é como meu guia espiritual, é quando eu acalmo meus pensamentos e respiro para seguir em frente. E isso me aproxima dela, me faz reviver e acender a sua memória e importância na minha vida.
Hoje acordei com muita saudade dela, mas muito feliz em ser bombardeada de amor como sou por você. Cada beijinho cheio de amor, cada cartinha, cada apresentação animada, cada musiquinha que você inventa é como se fosse uma lembrança diária da presença dela na minha vida. Não tenho dúvidas que você foi um presente dela pra manter a minha dose diária de carinho, como se fosse uma prescrição médica.
E é por isso que agradeço diáriamente por ter sido escolhida por Deus para ser filha da Dna Cely e por Deus ter te escolhido para ser minha filha. Eu posso dizer com certeza que sou abençoada e muito sortuda por ter tido vocês na minha vida.
Escrevendo aqui, fiz algumas pausas para controlar a emoção e você e seu pai me acalmaram com abraços e beijinhos, não sabem o quanto isso é reconfortante.
Eu tenho plena noção de quem sempre devemos seguir em frente, que a vida ainda tem muitas coisas boas para nos presentear e muitas oportunidades de passar adiante todo esse amor recebido, mas eu jamais apagarei a sua vovó da minha memória, minha guia que sempre vai me acompanhar, esteja onde estiver.
Prova disso está em mais um presente que Deus me mandou, um netinho que ainda não pude conhecer pessoalmente mas que já amo de um jeito inexplicável. Que não vejo a hora de cheirar esse pescocinho branquelo e cheio de dobrinhas...
É como se sua vovó me dissesse: "você ainda tem muitas coisas boas para viver, muito amor para dar e receber e eu sempre vou estar por perto".
E ler essas cartinhas que você escreve com uma inspiração inexplicável para uma menina de apenas 8 anos é a prova disso tudo, de que, errando e acertando, eu estou fazendo o meu melhor pra honrar todo amor que recebi da sua avó e recebo de você diariamente.
Sua mamãe
terça-feira, 1 de novembro de 2022
AO MESTRE COM CARINHO
Quando eu tinha a mesma idade que você atualmente (7 anos), eu estava saindo da pré escola rumo aos primeiros anos. Lembro-me de ser uma garotinha muito tímida e, apesar de estudar em uma escola particular, não tinha muitas condições de ter as coisas que as outras crianças tinham. Isso atrapalhava bastante na hora de fazer amigos e ser mais participativa nas aulas. Ficava meio de lado e me lembro do quanto isso me entristecia.
Mas, como Deus sempre coloca no nosso caminho anjos para nos ajudarem a enfrentar nossas dificuldades, a minha veio na forma de professora: a tia Meire. Era uma professora de uma doçura e serenidade incríveis, uma paciência e um jeito muito carinhoso de nos conquistar. Lembro que era assim com todos, mas eu sabia que tinha um olhar especial para as crianças com dificuldades de relacionamento, eu, por exemplo. De uma forma muito respeitosa e sutil, ela foi me mostrando o valor que eu tinha e nem sabia, me ensinando tão cedo lições valiosas de auto confiança e auto estima. Aos poucos eu fui me soltando e me integrando com os outros alunos, até fazendo poucas, mas valiosas amizades.
Sei que não fui a primeira, nem a última criança que foi "lapidada" pela Tia Meire, e nem sei se ela teve a dimensão do quanto marcou a vida dessas pessoas. O que sei é que, com 42 anos, não me esqueço dela: sua voz suave, seu jeito de sorrir com os olhos e a ternura que nos ensinava.
E porque será que hoje vim relembrar disso? Justamente pelo mesmo motivo, dessa vez com você. É muito claro para quem te conhece que você não tem problemas de timidez e dificuldade de fazer amizades, tão pouco de assimilar os conteúdos que lhe são passados - ainda bem, que assim permaneça rs.
Mas já posso dizer com certeza que a sua professora Thiely te marcou de uma forma muito linda: Ela tem o mesmo jeito carinhoso e paciente, sempre comemorando com você as suas vitórias e te direcionando com muita delicadeza naquilo que precisa ser ajustado. Ela te ajuda a reforçar as suas qualidades, o seu jeito expansivo, querendo sempre ajudar. Eu não estou na sala com você, mas presto muita atenção na sutileza dos detalhes, na forma que você faz suas tarefas e comenta: "Acho que a Thiely vai gostar disso, daquilo". E esse carinho mútuo só se confirmou quando vocês foi escrever a cartinha para o dia dos professores e, com os olhos marejados, me disse: "Ai mãe, vou sentir muita falta dela"...
Sabemos que ela vai estar na sala ao lado, toda orgulhosa de ver os seus passarinhos voarem, do tanto que contribuiu para o aprendizado deles, mas tenho certeza que vai sentir o coração faltando pequenos pedacinhos de ver cada um deles entrando por outra porta, sentindo falta de cada demonstração de carinho que, cada qual à sua maneira, lhe presenteava diariamente. Você gostava de levar florzinhas, né filha?
Então é por isso que decidi registrar essa forma de gratidão aos mestres que são mais do que isso, aqueles que tem o poder de marcar nossas vidas eternamente.
Da mesma forma que a Tia Meire me marcou, tenho certeza que a Thiely marcou você também. Essas pessoas não só nos ensinaram a escrever, ler, fazer continhas, mas, principalmente, a sermos pessoas melhores.
E, se quando você estiver com seus 30 , 40 , 50 anos, que lembre dela e sorria assim como nessa foto. E eu sempre sorrio quando lembro da Tia Meire nessa foto na minha formatura.
domingo, 21 de agosto de 2022
FORÇA
quinta-feira, 28 de abril de 2022
SOBRE ESPIRITUALIDADE
sexta-feira, 15 de abril de 2022
QUANDO AS CRIANÇAS NOS ENSINAM
Eu sempre fui uma criança expansiva, mandona e cheia de colegas na vizinhança, meus pais não tinham paz, a campainha tocava o dia todo.
Sou da geração
que lidava de uma forma diferente com o bullyng (aliás, nem era chamado assim
naquela época). A gente colocava e levava apelidos da mesma maneira que fazem
hoje (alguns até cruéis), mas a nossa reação era diferente. Não quer dizer que
acho que naquela época era certo ou errado, temos que levar em consideração que
antes os responsáveis tinham rosto – que diversas vezes eram socados nessas
horas - e não havia rede social para que tivessem “carta branca” para falarem o
que quiserem e de quem quiserem, ficando impunes. Na minha época de criança, nós
nos defendíamos debochando de volta, ficando de “mau” por alguns dias – até mesmo
algumas horas – ou apelando pra porrada mesmo. Dificilmente nossos pais se
envolviam, até porque sabiam que no dia seguinte já estaríamos brincando juntos
novamente. Não que os meus não tenham interferido quando julgavam que as coisas
foram além da conta, e eu até então não sabia com qual régua eles mediam para
saber a hora de intervir.
Assim
que me tornei sua mãe, uma angústia sem explicação tomou conta de mim: eu queria
te proteger de toda maldade do mundo, mas sabia que muita proteção poderia te
transformar em uma pessoa frágil demais, que uma hora ou outra, não teria a mãe
para defender. E, aos poucos, essa tal “régua” que meus pais usavam para saber
se deveriam ou não interferir foi se mostrando para mim, e eu adaptei meu
método para os dias atuais. Eu acredito muito que o diálogo franco entre pais e
filhos é capaz de aplacar muitas dores e preocupações. É como se nossos filhos
pudessem sempre saber que eles têm o porto seguro, que não serão julgados pelas
suas falhas e medos, que serão acolhidos incondicionalmente. Por isso sempre te
encorajei a falar, a não guardar nenhuma angústia, medo ou sofrimento que
esteja passando. Que nunca julgarei, nunca te repreenderei, sempre te
orientarei, ou pelo menos tentarei ser assim, né?
E, há
alguns dias, essa sementinha que plantei começou a germinar e eu transbordei de
orgulho do que estamos fazendo juntos, errando e acertando, estou certa que você
está se tornando uma pessoinha que só vai me dar orgulho.
No começo
desse ano letivo, numa noite como todas as que temos, onde te coloco pra
dormir, lemos um livro, conversamos um pouco e fazemos nossa oração, você
começa a chorar sentida, de soluçar. Tentei manter a calma, mesmo com o coração
em pedaços, e quando você se acalmou, me disse que estava muito triste porque
uma coleguinha havia dito que você era feia porque usava óculos e seus
dentinhos eram tortos. Ouvir aquilo me deu uma vontade enorme de levantar da
cama e sair gritando “QUEM FOI QUE CHAMOU MINHA PRINCESINHA DE FEIA?”, mas
mantive a elegância, apesar de estar borbulhando por dentro. De imediato eu te
acolhi, falei que as crianças faziam aquilo mesmo, que eram maldosas sem saber
do que aquilo podia fazer e, que na verdade, só queriam te deixar irritada. Minha
primeira reação foi te dizer pra se cercar dos seus coleguinhas que te fazem se
sentir feliz e que jamais faça isso com seus coleguinhas, porque você mesma já
estava vendo o quanto aquilo te deixava triste.
Mas.... meu instinto de mãe ursa não sossegou e fui dormir remoendo aquele choro sentido, com o coração em pedaços. No dia seguinte, chegando na escola, como sempre faço, fui falar com a professora e discretamente falei sobre o ocorrido e do quanto você havia ficado chateada. Ela me disse que se tratava de uma colega que vinha dando trabalho com outras crianças e a situação com os pais estava meio complicada, que não davam muito ouvido para as reclamações. Comentei também que você estava meio chateada porque suas coleguinhas inseparáveis não tinham conseguido vaga à tarde, e só se encontravam no almoço, para, no período seguinte irem para caminhos opostos. Dito isto, a professora sugeriu que você mudasse então para o período matutino e alterasse para o período da tarde suas atividades extracurriculares. Topei na hora e rapidamente revertemos isso. No dia seguinte você já estava nessa nova turma e, ao te pegar na escola naquele dia, seus olhinhos brilhavam quando me disse “obrigada, mãe”. Mas, expliquei para você que não era sempre que eu iria conseguir resolver os seus problemas e que teríamos que enfrentar juntas quando fosse o caso. Você compreendeu e fez isso de uma maneira surpreendente. Pouco tempo depois, como sempre fazemos, no carro de volta para casa, você já ia tagarelando como foi o seu dia e começou a falar com uma certa frequência de um coleguinha que vinha causando um terror na sala: muito agressivo, tinha o hábito de cuspir e bater nas pessoas, inclusive na professora. Um certo dia, ao te buscar, você veio meio brava e chamou o colega apontando pra mim “essa é minha mãe, viu?”. Achei aquilo engraçado, só falei pra ele “Poxa, o que foi, fulano?”. Mas não dei muto ibope não. No carro você me explicou que ele havia te chutado e empurrado uma outra colega. Já vim com o mesmo discurso de procurar se afastar e ficar com as pessoas que te fazem bem, e blá blá blá. E ficou por aquilo mesmo, você ia me contando que ele não havia mais te perturbado e achei que havia resolvido. A professora uma vez me falou que ele estava melhorando e que ele respeitava você, que te ouvia. E, numa outra ocasião, ao te buscar, você veio com ela pra me dizer que ele queria me dar um “oi”. Achei fofo, era como se você estivesse dizendo para mim que estava tudo resolvido, que agora eram amigos. No carro eu perguntei se você havia se afastado dele como havia sugerido e você, meio sem graça, me disse que não. Disse que achou melhor ficar perto dele e ajuda-lo. Aquilo fez meu coração transbordar de orgulho, foi aí que percebi que falhei em te aconselhar a isolar uma pessoa que se comporta mal, que aquilo foi egoísta da minha parte. Você, com apenas seis anos, me mostrou que é possível sim vencer o bullying com acolhimento, não com segregação.
E, como
uma cereja no bolo, nessa semana você celebrou seus 7 aninhos na escola e a
professora me mandou as suas fotos, e uma delas me alegrou ainda mais: você
separou algumas sacolinhas de lembranças para as coleguinhas da tarde, que
estudaram com você no ano passado. Adivinha só quem era uma delas? Sim, aquela
que um dia te fez chorar de soluçar, que te machucou. E mais uma lição foi
aprendida, dessa vez, eu mais do que você.
Seus 7
anos chegaram e eu que fui a presenteada! Obrigada, filha, EU TE AMO MUITO.
sexta-feira, 25 de março de 2022
AS FÉRIAS DO REENCONTRO – PARTE 2
Seu mano nos pegou na Vila Maria com uma surpresa: O mano Marquinhos e sua outra cunhada Taís vieram pra fazer uma surpresa! Eu era a única que sabia de tudo, mas você e seu pai só esperava encontrá-los na semana seguinte em Olímpia, muita emoção! Já fomos direto para o Mercado Municipal, parada obrigatória nas nossas férias. Uma alegria indescritível ver os três irmãos juntos. O mais legal é ver o quanto você é ligada a eles, mesmo com a diferença de idade e não podendo ter o convívio diário que tanto faz falta.
Amanheceu e
a parte chata da despedida mais uma vez veio, a Claudia e Tais ficaram e o
Gabriel e Marcus nos levaram cedo para seguirmos para nossa próxima parada: Olímpia.
Vocês não
fazem ideia da alegria de poder revê-los e da gratidão por nos receber sempre
tão bem! A gente sabe que dá trabalho, mas amamos vocês! Obrigada por tudo! Esperamos
todos vocês em Cuiabá em breve, hein?
Fazia tempo que não viajava sozinha com seu pai, foi
bom poder passar esse dia inteirinho com ele, ainda mais numa viagem tranquila
como essa. De tempos em tempos recebíamos fotos suas no carro, uma mais
engraçada que a outra. Engraçado você ser sempre boazinha quando não estamos
por perto...humph!
Chegamos à cidade de Bebedouro e o Xande foi nos
buscar para finalmente seguirmos para Olímpia. Já era noite quando entramos no
quarto e conseguimos desfazer as malas para 7 dias de curtição.
Você grudou nos primos de imediato, incrível como
você se conecta com os familiares mesmo não convivendo, não fica tímida nem
desconfiada, isso é muito gratificante, significa que você realmente os
considera primos, irmãos, tios, etc.
Esse passeio rendeu vários memes (saia da Maribel),
com direito até a trilha sonora “Oh Baby, me atendeeeee” e a fatídica piadinha
que só tem graça quando você conta:
Fechamos com chave de ouro nossos dias de férias, conseguimos nos desconectar totalmente, descansar e, de quebra, um bronzeado DI VI NO kkk
Voltamos para Santo André da mesma forma, com direito
a dilúvio na estação de trem, mas nada que atrapalhasse nossa aventura, só mais
uma pra contar... Passamos a última noite em SP na casa do Tio Xande e Tia Bi e
antes do amanhecer do último dia já estávamos no aeroporto. E, como se não
bastasse, correria no saguão para não perder o voo kkk
Mas,
chegamos sãos e salvos, gratos pela experiência e por tantos lugares e pessoas
que pudemos reencontrar cheios de saúde e saudade. Foi restaurador, foi
especial e uma super-carga de amor para seguirmos nossa vida aqui em Cuiabá,
até o próximo encontro que, esperamos, seja em breve.
Só temos a
agradecer a todos, sem exceção, que nos receberam com tanto carinho nessa nossa
passagem.
FOI
ESPECIAL!! JÁ NA CONTAGEM REGRESSIVA PARA AS PRÓXIMAS FÉRIAS
Ah, e de
quebra, atualizamos a foto de perfil do grupo da família, pois já estava bem
desatualizada.
ÚLTIMO DIA COM 8 ANOS
Olá minha cocadinha, tudo bem? Mamãe estava bem ausente, eu sei. Mas não faz ideia de quantas vezes nesses quase 12 meses eu me peguei ...
-
Há um tempo eu venho pensando em como seria legal eu escrever para você para que pudesse ler em uma data específica, especial, como uma...
-
Um dia antes de você chegar eu estava muito ansiosa, como não, né? Sua Dinda/Tia Bia havia chegado há alguns dias e me ajudou a seg...
-
Como para todo filho planejado, o primeiro passo é procurar um médico, óbvio. E assim o fizemos: todos os exames necessários, recomendações...